Sumário
Breu Branco (Protium heptaphyllum)
História e Botânica
O Breu Branco (Protium heptaphyllum) faz parte da família botânica Burseraceae. Sua árvore é de médio porte, alcançando 10 a 15 metros de altura. O fruto se abre expondo uma única semente envolta em uma cobertura carnuda branca e comestível, levemente ácida, que atrai a fauna dos locais onde cresce.
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Em setembro ela floresce e em dezembro, quando frutifica, fica belíssima. A família das Burseraceae possui algumas outras plantas, também famosas por suas resinas: o Elemi, a Mirra e o Olíbano. Em sua maioria, as plantas desta família crescem em regiões tropicais desérticas, onde recebem intensa energia solar.
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Para fins de proteção de sua superfície, estas plantas cobrem-se permanentemente de uma camada bem fina de resina aromática, de modo a “filtrar” os intensos raios solares. Daí, nos explica Marcel Lavabre, a assinatura vegetal que explica os efeitos anti-inflamatórios dos Óleos Essenciais provenientes das Burseraceae. Sendo assim, agem terapeuticamente nas inflamações internas do organismo (bronquite e tosse, por exemplo).
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Diferentemente das outras plantas de sua família, a resina do Breu Branco também cumpre uma outra função. Por muito tempo essa função foi um mistério, sendo incerta a razão do por que esta árvore secretava sua resina aromática. Buscando a resposta para esta pergunta, o Dr. Guilherme Oberlaender consultou estudiosos da flora amazônica, que lhe comunicaram a seguinte explicação: a árvore do Breu secreta esta resina com a finalidade de impedir que determinados insetos da região alojem seus ovos na casca da árvore. O aroma desta resina atrai estes insetos de modo que eles alojem seus ovos na resina secretada, ao invés da casca, onde traria malefícios à estrutura da árvore.
A mística das Burceraceae
A família Burceraceae possui algumas plantas célebres por conta dos Óleos Essenciais que produzem: o Olíbano, a Mirra e o nosso Breu Branco.
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Uma breve pesquisa nos mostrará que estas quatro plantas são usadas, até hoje, em contexto religioso. O Olíbano e a Mirra estão intimamente ligadas à tradição cristã. Estas duas resinas foram dadas, junto ao ouro, como presentes ao menino Jesus. Além disto, elas são usadas, milenarmente, em fumigações rituais, proporcionando a concentração mental e a religiosidade.
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Do mesmo modo, a resina do Breu Branco é utilizada pelos povos amazônicos.
Todas estas diferentes resinas, espalhadas em diferentes cantos do planeta e com usos ritualísticos muito similares. Será apenas coincidência? Uma maneira de entender a “coincidência” no uso destas substâncias naturais é explorar seu significado simbólico. Quando a superfície de algumas plantas recebe um golpe, um corte, um impacto, logo a planta secreta sua resina de modo a cobrir e proteger a área afetada. A resina é, portanto, um recurso para assimilar feridas.
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Mas e o que isto tem a ver com o Breu Branco, cujo uso ritual, na palavra dos índios, é para “abrir a memória”? É preciso nos perguntar: como é que eu e você assimilamos nossas feridas internas, emocionais? Certamente não é pelo fechamento, ou pelo empedramento dos traumas e complexos.
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Pelo contrário, é “abrindo a memória”: relembrando acontecimentos desagradáveis (ou não), reintegrando-os em nossa consciência e dando nome a eles. Assimilar nossas feridas (inevitáveis ao longo da vida) significa tomarmos consciência delas, aprender a contar o que vivemos. Narrando a nós mesmos o vivido, podemos nos libertar para escrever nosso futuro.
Hidrolato de Breu Branco
Assim como o hidrolato de Olíbano, o hidrolato de Breu Branco é indicado para ingestão antes de atividades que exijam concentração mental – como estudo e meditação. Também possui ação expectorante. Além disso, possui atividade anti-inflamatória, podendo agir em alergias, feridas e machucados na pele. Melhora a textura da pele, apresentando efeito tônico, e é útil para manter sua hidratação em condições quentes e úmidas.
Receita
Sabemos que a concentração mental é uma das moedas mais valiosas em nosso tempo. Desde seu uso ancestral pelos índios, o Breu Branco tem sido usado para potencializar a capacidade cognitiva do ser humano.
No caso de seu hidrolato, sua ingestão pode ser feita visando potencializar a concentração mental.
Como utilizar?
Dissolva 15 ml em 1 L de água e bebe ao longo do dia. (Ingestão recomendada para adultos normais).